"Apesar de acordados, ainda sonhamos."

Fazer teatro é um exercício diário. É o exercício de uma vida. É o que venho tentando fazer...
Assistir teatro é outra coisa. Às vezes assistir teatro se torna um exercício, outras é uma experiência. E de vez em quando não é nada, infelizmente.

Eu fui assistir teatro nesta sexta-feira, dia 31 de outubro de 2008, e foi uma experiência. Das mais marcantes. Das mais fortes que já tive assistindo teatro.
Foi a peça "Orestéia - O Canto do Bode", do Grupo Folias D'Arte, a responsável.
Foram 3 horas e meia de imagens fortes, de atores plenos, de risos, de lágrimas, de história, de vida. A trilogia de Ésquilo, Orestéia (integrada pelas peças Agamênon, Coéforas e Eumênides), foi sacudida e incorporada pelo grupo.
InCORPORADA literalmente.
Nada sobra. Tudo é vivo.

O palhaço-corifeu diz "Apesar de acordados, ainda sonhamos".
E canta:
"Um Pierrô apaixonado,
Que vivia só cantando,
Por causa de uma Colombina,
Acabou chorando,
Acabou chorando.
A Colombina entrou no botequim,
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim,
Dizendo: Pierrô cacete,
Vou tomar sorvete,
Com o Arlequim.
Um grande amor tem sempre um triste fim,
Com o Pierrô aconteceu assim!
Levando este grande "chute",
Foi tomar vermute Com amendoim.
Um Pierrô apaixonado,
Que vivia só cantando,
Por causa de uma Colombina,
Acabou chorando,
Acabou chorando."


E termina a peça...