"Quem busca, sempre encontra. Não encontra necessariamente aquilo que buscava, menos ainda aquilo que é preciso encontrar. Mas encontra alguma coisa nova, a relacionar à coisa que já conhece. O essencial é essa contínua vigilância, essa atenção que jamais se relaxa sem que venha a se instalar a desrazão - em que excelem tanto aquele que sabe quanto o ignorante."
(do livro O mestre ignorante, de Jacques Rancière)
falar de amor até que se diga: Deus
estamos na fronteira deste país que se chama Filosofia
num espaço entre duas coisas que nem sei quais são
um intervalo que talvez seja poesia
mas acho que outro nome lhe convém.
andamos suspensos
quase rezando
porque cortamos recentemente as últimas amarras dos ressentimentos
que nossa história humana tão fortuitamente deu
cortamos somente o que nos puxava
mais para um lado que pro outro
ainda temos nosso fios
que voam pelo mundo, por exemplo, passando entre os cabelos das pessoas
e se deitando em lugares bem ao longe
galpões, estábulos, onde apreendem todo sono.
às vezes, quando estamos de pé assim se equilibrando em tudo
algo de ácido nos toca como uma gota,
algo de doce enche nossos ouvidos
o amargo se senta nas pontas dos dedos
e o salgado sorri.
neste equilibrar-se sempre
há quando ser leve
e quando pesar.
pesar como vulcão
e ainda assim estar suspenso
(André Sztutman)
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